AUGUSTA E RESPEITAVEL LOJA SIMBOLICA CARIDADE E ESPERANÇA 2620

"Nossa meta é formar homens melhores, ensiná-los a se libertar dos dogmas e a pensar por si mesmos"

domingo, 26 de outubro de 2008

CRIANDO MONSTROS

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por… NADA?

Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade? O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: "ela não quis falar comigo". A garota disse Não, não quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não.
Seu desejo era mais importante.

Não quero ser comparado como um desses psicólogos que infestam os programas vespertinos de TV, que explicam tudo de maneira simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros. Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único.
Faltaram muitos outros nãos nessa história toda.

Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19.
Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha.
Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida.
Faltou à polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá.
Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.
Simples assim.
NÃO.
Pelo jeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de nãos. Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer não às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos (e alguns maridos, temem dizer não às esposas). Pessoas têm medo de dizer não aos amigos. Noras que não conseguem dizer não às sogras, chefes que não dizem não aos subordinados, gente que não consegue dizer não aos próprios desejos. E assim são criados alguns monstros.
Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem: "não posso traumatizar meu filho". E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos.
Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias.
Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer não, você não pode bater no seu amiguinho.

Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos.
Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei.
Não, você não vai passar a madrugada na rua.
Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.
Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos.
Não, essas pessoas não são companhias pra você.
Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.
Não, aqui não é lugar para você ficar.
Não, você não vai faltar na escola sem estar doente.
Não, essa conversa não é pra você se meter.
Não, com isto você não vai brincar.
Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS, crescem sem saber que o mundo não é só deles.
E aí, no primeiro não que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam.
Usam drogas.
Compram armas.
Transam sem camisinha.
Batem em professores.
Furam o pneu do carro do chefe.
Chutam mendigos e prostitutas na rua.
E daí por diante...

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não.
Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também responsabilidade.

E quem ouve uns nãos de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem.
O não protege, ensina e prepara.

Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

fonte: blog.mafaldacrescida.com.br


contribuição do irmão Deomário

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

POESIAS

O ROUBO DO CANDEEIRO

Portões cerrados
Vigilantes aos porões escuros
Somente os ratos avistam,
Providos da indecência humana

E o povo cego rasteja as migalhas
Oriundo do funestal desleixo
Impróprios à luz,
Ignorantes hábeis

Minguados cidadãos
Maldita inconsciência
Maligna pobreza,
Compassivos aos habituais queixumes.

bbrian




SÓ MENTE

Posso ser um livro,

sem páginas

Posso ser uma carta,

anónima

Posso ser água,

sem fonte

Posso ser presidente,

"SOMENTE".

bbrian



BÁRBAROS

Mulheres maltratadas por machos atrozes
Mulheres loucas de paixões vis
Mulheres-mudas receosas,
MORTAS.

B Brian


OCULTOS

Perderam-se os homens:
Sucumbiu todo ouro toda prata,
Ganância concreta, almas desleixadas.
Nos subúrbios espirituais perseguem vã caminhada.

Ocultos à luz, a estrada mal planeada.
Sábios, desvairados da esperteza,
Soberbos do fracasso.

bbrian

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O IDIOTA E A MOEDA

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.
Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 RÉIS e outra menor de 2.000 RÉIS. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos .
_Eu sei, respondeu o tolo. 'Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda' .

Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.
O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente

Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam...... é problema deles.
Arnaldo Jabor.

Vaso Chinês

Ser diferente não é o fim, é o começo da pluridade que embeleza a
humanidade. Um abraço

Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um
suspenso na extremidade de uma vara, que ela carregava nas costas.

Um dos vasos era rachado, e o outro era perfeito.

Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada
até a casa, enquanto o rachado chegava meio vazio.

Por longo tempo a coisa foi em frente assim, com a senhora que
chegava em casa com somente um vaso e meio de água.

Naturalmente, o vaso perfeito estava muito orgulhoso do próprio
resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de
conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.

Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota
de ser 'rachado', o vaso falou com a senhora durante o caminho:

- 'Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho
me faz perder metade da água durante o caminho até sua casa...'

A velhinha sorriu:

- 'Você reparou que lindas flores foram semeadas do teu lado do
caminho?

- Eu sempre soube do teu defeito, portanto plantei sementes de
flores na beira da estrada do teu lado. E todo dia, enquanto a
gente voltava, tu as regavas.

Por dois anos, recolho belíssimas flores para enfeitar a mesa deste
lar.


Se tu não fosses como és, eu não teria essas maravilhas enfeitando
a minha casa.

Cada um de nós tem o próprio defeito.

Mas o defeito de cada um é que faz com que nossa convivência
seja interessante e gratificante.

É preciso aceitar cada um pelo que é...

E descobrir o que tem de bom nele.

Portanto, meu 'defeituoso' amigo, tenha um bom dia e lembre-se de
regar as flores do seu lado do caminho.



'Todo o homem é culpado do bem que não fez.'